terça-feira, 16 de julho de 2013

Mulher e Educação

Em uma análise da estruturação do mercado de trabalho feminino, tem-se que as mulheres encontram-se em desvantagem percentual, numérica e hierárquica, ocupando assim nos EUA menos de 20% dos cargos gerenciais e de poder e chefia. Estes números vem felizmente crescendo,aumentando a quantidade de mulheres em cargos de maior nível acadêmico e hierárquico, mas as mulheres ainda são maioria nos cargos proletários e de professorado, principalmente para alunos do primeiro segmento da educação(Educação Primária). Mesmo com poucos cargos de chefia executiva, são maioria ainda nas grandes empresas e nos escritórios.
Além do posicionamento hierárquico inferior que as mulheres ocupam, possuem baixos salários, que são a marca do contra-cheque feminino se comparando-as ao sexo masculino, sendo este um dado referente a Inglaterra e aos Estados Unidos da América. Ainda com maioria feminina trabalhando em cargos de meio período pois a mentalidade social é patriarcal e alega que a mulher precisa de tempo livre pois deve dedicar-se ao cuidado com o lar e com a criação dos filhos. A ideia central é demonstrar e trazer para estes dados inicialmente expostos uma justificativa histórica da educação. Onde visa demonstrar a que a escola neste contexto possui uma imensa responsabilidade. Até porque a mesma foi pensada e estruturada pelo sexo masculino.
Mulheres vem ocupando os cargos de trabalho proletariado da sociedade devido ao fato de empregos com autonomia estão em declínio, dando lugar para os empregos em cargos de submissão e reportação a grandes corporações, o que leva o homem a se desinteressar e buscar a autonomia no mercado de trabalho enquanto a mulher supre a necessidade das corporações ocupando os cargos menos autônomos ainda restantes. A desqualificação de certos tipos de trabalhos e empregos, levam as mulheres a tornar-se mais interessantes para os mesmos pelo baixo custo de sua mão de obra e levando-as a ocupar estes cargos por preços mais baixos o que é deveras interessante para o mercado produtor. Outro fator importante e relevante é que a ocupação do mercado de trabalho por parte das mulheres deu-se com um “boom” onde muitas mulheres passaram a buscar emprego de uma vez, gerando uma oferta de mão de obra muito grande frente a procura e necessidade do mercado, tornando sua mão-de-obra mais barata que a do homem.
No caso da história da tarefa docente, o magistério de nível primário por tratar do cuidado e da educação da criança, foi facilmente visto como uma oportunidade de introdução da mulher no mercado de trabalho, pois o cuidado infanto juvenil e a educação infantil já eram tarefas da mulher dentro do lar, sendo a educação da criança uma ocupação feminina, e ainda sendo considerado um trabalho de menor dificuldade, banalizado, tornando-se assim desinteressante para o sexo masculino. O mesmo ocorreu com os trabalhos de escritório no século XX, que foram sendo transcendidos pelos homens devido a necessidade extrema da expansão das áreas de atuação empresarial e o aumento da oportunidade de recrutamento para os cargos de gerencia e chefia, levando os homem a ocupá-los, o que ocasionou consequentemente um descaso com os cargos de nível hierárquico inferior, sendo os mesmo cargos em sua maioria ocupados pelas mulheres.
A mulher era vista como inferior frente ao mercado sendo de menor status sua atuação pelo simples fato dela ser mulher, o que ocasionada uma desvalorização de sua mão de obra. Em 1870 surge uma popularização do ensino de massa, onde uma maior quantidade de alunos ingressou no ambiente escolar, havendo assim uma necessidade de contratação de uma maior mão-de-obra docente na prático do magistério, como esta necessidade de um maior contingente de trabalho para reprodução do ensino iria encarecer o preço da educação, esta mão de obra tornou-se feminina por se tratar de uma força braçal mais barata, ou seja, de menor remuneração, chegando a ser cerca de apenas 1/3 da remuneração a um professor homem. O magistério passa assim a se tornar uma prática de maioria feminina, pois os homens abandonaram o oficio em busca de melhores salários e melhores condições de trabalho.
É importante destacar que os homens ainda que afastados das práticas docentes do magistério ainda se ocupavam dos cargos de maior nível hierárquico como os cargos gerenciais dentro das instituições de ensino, sendo ainda os reguladores das normas e diretrizes de uma escola, colocando a mulher novamente em posição de submissão e obediência as regras patriarcais no que tange a conduta normativa e os conteúdos e disciplinas aplicadas nas práticas escolares. As segregações de gênero, eram uma importante ferramenta de controle da sociedade sobre a mulher e sobre a prática da mesma dentro do ambiente escolar.
A busca feminina por emprego e um lugar no mercado de trabalho se deu não apenas por amor a prática docente ou uma busca por um status social inicialmente, mas sim por uma necessidade financeira por parte da mulher proveniente de uma família de baixa renda, onde essa mulher tinha a necessidade de ajudar no sustento da família. Só depois da segunda metade do século XX que a mulher passa a enxergar vantagens na prática do magistério, buscar o status social e ainda tornar-se independente. Para algumas mulheres a vida de casada parecia uma servidão ao homem e uma “Inutilidade social”. As mulheres da segunda metade do século XX, segundo relatos,  propuseram uma educação socialmente voltada para uma revolução social, onde era importante o ensino inclusive do papel social da mulher. O magistério era visto como um emprego provisório até que a mulher se casasse, isso deixava alguns críticos da atuação da mulher na escola preocupados com a qualidade do ensino por parte das mulheres.
No final do século XIX e no começo do Século XX, algumas mulheres da classe média começaram a se interessar pela prática docente, o que gerou uma luta de classes dentro do senário feminino no magistério, existiam dois tipo de classes de ensino, as classes para trabalhadoras e as classes para mulheres de classe média, com diferentes temáticas, uma para cada classe social, consequentemente causando uma luta de classes dentro do cenário educacional, mesmo com essas distinções de classe, havia ainda o problema do baixo status da mulher no mercado de trabalho, e essa luta entre as classes trabalhadoras e a classe média, veio apenas mascarar isso.
Uma consequência positiva da inserção da classe média neste contexto foi a criação de um currículo para ambos os sexos, unificando o ensino. O ensino básico era dividido de modo segregatório, onde as provas de admissão as escolas primárias se davam com temáticas distintas para homens (que exclusivamente possuíam aulas de ciências, álgebra e matemática), mulheres trabalhadoras e proletárias (que tinham matérias como bordado e costura), visando uma formação para atuação no mercado de trabalho industrial por exemplo, mulheres que praticariam o magistrado (que aprendiam matérias de cunho pedagógico) e mulheres que se formariam para as práticas domesticas (aprendendo etiqueta, e economia domestica). Porém todas sempre depreciando a mulher colocando-a em uma posição social de inferioridade e de baixa remuneração.
Apesar de toda a luta e toda a visão patriarcal que prejudicou a mulher ao longo da história, as professoras jamais foram passivas, buscando sempre lutar pelos seus direitos e conquistar melhores condições de vida, trabalho, salário e reconhecimento da importância da prática docente na formação não só do cidadão, mas do ser humano, as professoras não se submeteram a isso caladas, sempre agiram em busca da melhoria de suas vidas, e esta luta ainda não acabou, e perdurará por muito tempo, sendo a prática docente mesmo que mais igualitária e mais valorizada uma prática ainda de pouco valor frente a atuação que possui, a luta deve continuar, a mulher precisa ser valorizada pela sociedade pois exerce tão bem e as vezes até melhor do que o homem suas atribuição no trabalho, no lar e na vida.



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