Em uma análise da estruturação do mercado de trabalho
feminino, tem-se que as mulheres encontram-se em desvantagem percentual,
numérica e hierárquica, ocupando assim nos EUA menos de 20% dos cargos
gerenciais e de poder e chefia. Estes números vem felizmente crescendo,aumentando
a quantidade de mulheres em cargos de maior nível acadêmico e hierárquico, mas
as mulheres ainda são maioria nos cargos proletários e de professorado,
principalmente para alunos do primeiro segmento da educação(Educação Primária).
Mesmo com poucos cargos de chefia executiva, são maioria ainda nas grandes
empresas e nos escritórios.
Além do posicionamento hierárquico inferior que as
mulheres ocupam, possuem baixos salários, que são a marca do contra-cheque
feminino se comparando-as ao sexo masculino, sendo este um dado referente a
Inglaterra e aos Estados Unidos da América. Ainda com maioria feminina
trabalhando em cargos de meio período pois a mentalidade social é patriarcal e
alega que a mulher precisa de tempo livre pois deve dedicar-se ao cuidado com o
lar e com a criação dos filhos. A ideia central é demonstrar e trazer
para estes dados inicialmente expostos uma justificativa histórica da educação.
Onde visa demonstrar a que a escola neste contexto possui uma imensa
responsabilidade. Até porque a mesma foi pensada e estruturada
pelo sexo masculino.
Mulheres vem ocupando os cargos de trabalho
proletariado da sociedade devido ao fato de empregos com autonomia estão em
declínio, dando lugar para os empregos em cargos de submissão e reportação a
grandes corporações, o que leva o homem a se desinteressar e buscar a autonomia
no mercado de trabalho enquanto a mulher supre a necessidade das corporações
ocupando os cargos menos autônomos ainda restantes. A desqualificação de certos
tipos de trabalhos e empregos, levam as mulheres a tornar-se mais interessantes
para os mesmos pelo baixo custo de sua mão de obra e levando-as a ocupar estes
cargos por preços mais baixos o que é deveras interessante para o mercado
produtor. Outro fator importante e relevante é que a ocupação do mercado de
trabalho por parte das mulheres deu-se com um “boom” onde muitas mulheres
passaram a buscar emprego de uma vez, gerando uma oferta de mão de obra muito
grande frente a procura e necessidade do mercado, tornando sua mão-de-obra mais
barata que a do homem.
No caso da história da tarefa docente, o magistério de
nível primário por tratar do cuidado e da educação da criança, foi facilmente
visto como uma oportunidade de introdução da mulher no mercado de trabalho,
pois o cuidado infanto juvenil e a educação infantil já eram tarefas da mulher
dentro do lar, sendo a educação da criança uma ocupação feminina, e ainda sendo
considerado um trabalho de menor dificuldade, banalizado, tornando-se assim
desinteressante para o sexo masculino. O mesmo ocorreu com os trabalhos de
escritório no século XX, que foram sendo transcendidos pelos homens devido a
necessidade extrema da expansão das áreas de atuação empresarial e o aumento da
oportunidade de recrutamento para os cargos de gerencia e chefia, levando os
homem a ocupá-los, o que ocasionou consequentemente um descaso com os cargos de
nível hierárquico inferior, sendo os mesmo cargos em sua maioria ocupados pelas
mulheres.
A mulher era vista como inferior frente ao mercado
sendo de menor status sua atuação pelo simples fato dela ser mulher, o que
ocasionada uma desvalorização de sua mão de obra. Em 1870 surge uma popularização
do ensino de massa, onde uma maior quantidade de alunos ingressou no ambiente
escolar, havendo assim uma necessidade de contratação de uma maior mão-de-obra
docente na prático do magistério, como esta necessidade de um maior contingente
de trabalho para reprodução do ensino iria encarecer o preço da educação, esta
mão de obra tornou-se feminina por se tratar de uma força braçal mais barata,
ou seja, de menor remuneração, chegando a ser cerca de apenas 1/3 da
remuneração a um professor homem. O magistério passa assim a se tornar uma
prática de maioria feminina, pois os homens abandonaram o oficio em busca de
melhores salários e melhores condições de trabalho.
É importante destacar que os homens ainda que
afastados das práticas docentes do magistério ainda se ocupavam dos cargos de
maior nível hierárquico como os cargos gerenciais dentro das instituições de
ensino, sendo ainda os reguladores das normas e diretrizes de uma escola,
colocando a mulher novamente em posição de submissão e obediência as regras
patriarcais no que tange a conduta normativa e os conteúdos e disciplinas
aplicadas nas práticas escolares. As segregações de gênero, eram uma importante
ferramenta de controle da sociedade sobre a mulher e sobre a prática da mesma
dentro do ambiente escolar.
A busca feminina por emprego e um lugar no mercado de
trabalho se deu não apenas por amor a prática docente ou uma busca por um
status social inicialmente, mas sim por uma necessidade financeira por parte da
mulher proveniente de uma família de baixa renda, onde essa mulher tinha a
necessidade de ajudar no sustento da família. Só depois da segunda metade do
século XX que a mulher passa a enxergar vantagens na prática do magistério,
buscar o status social e ainda tornar-se independente. Para algumas mulheres a
vida de casada parecia uma servidão ao homem e uma “Inutilidade social”. As
mulheres da segunda metade do século XX, segundo relatos, propuseram uma educação socialmente voltada
para uma revolução social, onde era importante o ensino inclusive do papel
social da mulher. O magistério era visto como um emprego provisório até que a
mulher se casasse, isso deixava alguns críticos da atuação da mulher na escola
preocupados com a qualidade do ensino por parte das mulheres.
No final do século XIX e no começo do Século XX,
algumas mulheres da classe média começaram a se interessar pela prática
docente, o que gerou uma luta de classes dentro do senário feminino no
magistério, existiam dois tipo de classes de ensino, as classes para
trabalhadoras e as classes para mulheres de classe média, com diferentes
temáticas, uma para cada classe social, consequentemente causando uma luta de
classes dentro do cenário educacional, mesmo com essas distinções de classe,
havia ainda o problema do baixo status da mulher no mercado de trabalho, e essa
luta entre as classes trabalhadoras e a classe média, veio apenas mascarar
isso.
Uma consequência positiva da inserção da classe média
neste contexto foi a criação de um currículo para ambos os sexos, unificando o
ensino. O ensino básico era dividido de modo segregatório, onde as provas de
admissão as escolas primárias se davam com temáticas distintas para homens (que
exclusivamente possuíam aulas de ciências, álgebra e matemática), mulheres
trabalhadoras e proletárias (que tinham matérias como bordado e costura),
visando uma formação para atuação no mercado de trabalho industrial por
exemplo, mulheres que praticariam o magistrado (que aprendiam matérias de cunho
pedagógico) e mulheres que se formariam para as práticas domesticas (aprendendo
etiqueta, e economia domestica). Porém todas sempre depreciando a mulher
colocando-a em uma posição social de inferioridade e de baixa remuneração.
Apesar de toda a luta e toda a visão patriarcal que
prejudicou a mulher ao longo da história, as professoras jamais foram passivas,
buscando sempre lutar pelos seus direitos e conquistar melhores condições de
vida, trabalho, salário e reconhecimento da importância da prática docente na
formação não só do cidadão, mas do ser humano, as professoras não se submeteram
a isso caladas, sempre agiram em busca da melhoria de suas vidas, e esta luta
ainda não acabou, e perdurará por muito tempo, sendo a prática docente mesmo
que mais igualitária e mais valorizada uma prática ainda de pouco valor frente
a atuação que possui, a luta deve continuar, a mulher precisa ser valorizada pela
sociedade pois exerce tão bem e as vezes até melhor do que o homem suas
atribuição no trabalho, no lar e na vida.
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