quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Desencaixe

Fala pessoas tudo bem?

Não me lembro quando escrevi esse texto, ou se fui eu mesma que escrevi para algum trabalho da faculdade , mas achei a temática muito interessante e resolvi publicar aqui. Espero que vocês gostem.


Desencaixe
Nesta temática o autor se refere ao descolamento das relações sociais dentro de uma interação entre esse mesmo através de uma reconstrução do mesmo e a sua reação no espaço-tempo. Atentando para o fato de que o autor não menciona a questão do distanciamento no espaço tempo, mas sim aos alinhamentos do tempo-espaço na mudança social que transforma o contexto tradicional em moderno. Os dois principais mecanismos para este desencaixe se dão através da exposição do autor de duas instituições sociais modernas; fichas simbólicas e sistemas peritos.
Em um primeiro momento o autor busca definir e classificar as fichas simbólicas, que seriam um meio de intercâmbio que não tem em vista características específicas dos indivíduos. Ele utiliza como exemplo principal o dinheiro, que possui uma natureza permanente de preocupação da economia. Ele cita os autores que escrevem sobre esta temática, são eles Talcott Parsons e Niklas Luhmann, apesar de em alguns pontos haver discordâncias, este seriam os autores que melhor abordam o tema.
Parsons visa demonstrar que o dinheiro é um dos diversos tipos de meio de comunicação circulantes, entre esses meios encontram-se também a linguagem, entre outros. Este ponto de vista não é aceito pelo autor em suas análises, pois para ele nem a linguagem nem o poder encontram-se no mesmo nível do dinheiro.
Outro autor trabalhado no texto é Keynes, famoso pensador da administração moderna, ele define o dinheiro como um débito que somente o Estado está apto a colocar em equilíbrio o débito com o crédito no tocante ao número de transações. Além disto, Keynes relaciona intimamente o dinheiro ao tempo, sendo o mesmo independente dos meios pelos quais ele é representado. ”O papel do dinheiro está associado à distância espacial entre o individuo e sua posse”.
Para nosso autor o dinheiro não se relaciona ao tempo, como um fluxo, mas exatamente como um meio de vincular tempo-espaço associando adiantamento, presença e ausência. O dinheiro é um exemplo dos mecanismos de desencaixe associados à modernidade. O “dinheiro propriamente dito” é uma parte inerente da vida social moderna bem como um tipo específico de ficha simbólica.
Trabalhando efetivamente com um progresso textual o autor analisa a questão da confiança, para transparecer este tema ele demonstra que todos os mecanismos de desencaixe dependem da confiança. Esta está envolvida de uma maneira fundamental com as instituições da modernidade. “Qualquer um que use fichas monetárias o faz na presunção de que outros, os quais ele ou ela nunca conhece, honrem seu valor”.
A confiança é como uma espécie de “fé” onde o que traz segurança são resultados prováveis expressos com um compromisso apenas de compreensão cognitiva, ou seja, Para que se confie em algo ou alguém, é necessário desenvolver uma “fé”, onde a mente calcula os possíveis riscos e analisa a possibilidade de  sentir segura.
Em um segundo momento, a análise cai sobre a natureza dos sistemas peritos. Que em sua excelência técnica ou competência profissional organizam grandes áreas dos ambientes material e social em que vivemos hoje. Os conhecimentos peritos influenciam muitos aspectos do que fazemos a todo instante. Neste momento depositamos nossa “Fé” na certeza de que alguém ou alguma coisa possui este conhecimento perito, o autor utiliza o exemplo de quando saímos de carro, neste exemplo ele demonstra que depositamos nossa “Fé” em engenheiros, semáforos, motoristas, e tudo a nossa volta, apesar de conhecermos o risco, vivemos nossa vida diariamente embasada na confiança.
Os sistemas peritos são reconhecidos como mecanismos de desencaixe, pois assim como as fichas simbólicas eles removem as relações sociais dos contextos. Pressupondo e em sua minoria supondo a separação entre o espaço tempo e condicionando esse mesmo distanciamento. Ou seja, todos os mecanismos de desencaixe implicam uma atitude de confiança.


Confiança
Através da análise do texto, pude perceber uma busca pela definição ideal do que seria de fato a confiança no contexto da sociedade, e sua transformação ao longo de um desenvolvimento histórico. Neste contexto o autor traz algumas definições e questionamentos sobre a “confiança”.
Em um primeiro momento, confiança seria uma atitude que leva o individuo a crer ou dar crédito à qualidade ou atributo de uma pessoa ou coisa, ou a verdade de uma afirmação. Ou seja, claramente podemos notar um link entre crença e crédito, tais como fé e confiança são aliados que dificilmente se afastam. A confiança deve ser compreendida e analisada utilizando-se como ferramenta referencial o risco.
O risco é um conceito, que ganhou recente relevância e foi posto recentemente no vocabulário social, anteriormente ele era conhecido como fortuna. A confiança sempre vai pressupor um risco, sendo esta a principal diferença entre a “Confiança” e a “Fé”. A segunda não condiciona sua crença ao risco, enquanto que na primeira, ocorre, devido a uma atitude de análise cognitiva dos contextos expostos. Um sujeito que não considera as alternativas está numa situação de crença, enquanto que reconhece essas alternativas e tenta calcular os riscos assim reconhecidos, engaja-se em confiança.
Sendo assim, a distinção entre confiança e crença depende da possibilidade de frustração ser influenciada pelo próprio comportamento prévio da pessoa e portanto de uma discriminação correlata entre risco e perigo. Luhmann faz uma abordagem que visa distinguir confiança de crença, risco e perigo, onde a confiança seria um tipo específico de crença ao invés de algo diferente dela. Além disso ele demonstra que não há conexão intrínseca entre crença e perigo. O perigo existe em circunstâncias de risco e é na verdade relevante para a definição do que é o risco.
Para definir confiança, o autor separou dez aspectos que seriam os principais pontos para definição da confiança. Aspectos estes que serão trabalhados pelo grupo em sala de aula. 

Sendo eles:
1.    A confiança está relacionada à ausência no tempo e no espaço
2.    A confiança está basicamente vinculada, não ao risco, mas à contingência.
3.    A confiança não é o mesmo que fé na credibilidade de uma pessoa ou sistema.
4.    Pode-se falar de confiança em fichas simbólicas ou sistemas peritos.
5.    A confiança pode ser definida como crença na credibilidade de uma pessoa ou sistema
6.    A confiança existe no contexto da consciência geral da atividade humana, escopo transformativo de aumentado da atividade humana.
7.    Perigo e risco estão intimamente relacionados, porém, não são a mesma coisa.
8.    Risco e confiança se entrelaçam normalmente servindo para reduzir os perigos aos quais estão sujeitos tipos específicos de atividades.
9.    O risco não é apenas uma questão de ação individual.
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